Pegasus: como 50 mil pessoas podem ter sido alvo de espionagem?

Uma investigação, conduzida por 17 veículos de imprensa de dez países, revelou que mais de 50 mil números de telefone, incluindo de jornalistas, advogados, ativistas e até chefes de Estado, estariam sendo alvo de espionagem desde 2016 por meio do sistema Pegasus, um software de vigilância comercializado pelo grupo empresarial de Israel NSO. A empresa diz que programa só pode ser vendido para governos, e com o objetivo de investigar casos de terrorismo e crime organizado. Porém, na prática, o sistema teria sido utilizado para obter informações de milhares de pessoas, em mais de 45 países, classificadas como “de interesse” pelos clientes da empresa israelense. Com o programa, é possível acessar mensagens, fotos, e-mails, gravar chamadas e até ativar câmeras e microfones sem que o proprietário do aparelho perceba. A lista de potenciais alvos da espionagem, obtida pela Anistia Internacional e pela ONG Forbidden Stories, foi revelada pelo consórcio internacional de veículos de comunicação no domingo (18). O documento não identifica os clientes, mas indica que eles estavam concentrados em dez países. Entre eles, regimes autocráticos, como Bahrein, Marrocos e Arábia Saudita, e governos de países como Índia e México. Nesta segunda-feira (19), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que, se a espionagem for confirmada, é algo completamente inaceitável. No Ao Ponto desta terça-feira, o professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio), Carlos Affonso Souza, analisa de que maneira o sistema Pegasus coloca em risco a vida das pessoas que teriam sido alvo de espionagem, e o que esse episódio revela sobre os limites e a ética da tecnologia digital. Já o colunista Pedro Dória explica o que se sabe até agora sobre a investigação internacional que denunciou o escândalo.

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